quinta-feira, 31 de março de 2011

Educação e Comunicação de 40 anos atras!

Entrevista com Maria Elizeti Pena de 69 anos.

Ela estudava a tabuada, o alfabeto era todo soletrado (ex:c-a-s-a). Não tinham grandes conteúdos.
No interior construíam uma casinha, e a moça do local, que sabia ler e escrever era a professora.
Passava bastante trabalho para estudar, caminhava 8 km para ir e mais 8 km para voltar. Tinha que ir sem tamanco, para não gastar o solado, pois era o único sapato que tinha. Ainda ao chegar a casa, carregava água, ajudava a cuidar dos seis irmãos e ajudar nos serviços domésticos.
A comunicação naquela época: Era através de bilhetes e os pais falavam para as filhas: Se a filha mulher aprender, a ler e escrever bilhete tá bom.
Aos 15 anos, foi trabalhar em uma casa de babá, na casa de uma professora. Assim conseguiu terminar o primário, que era como se fosse hoje até a quinta série. Na localidade da Barragem do Capané, onde estava iniciando a vila, e lá vinham professores da cidade. Conheceu seu marido lá e se casou aos 19 anos e não estudou mais, para cuidar da casa, do marido e dos filhos.

Entrevista com Noemi Silva Freitas de 58 anos.

Começou a estudar aos oito anos, ia para o colégio a cavalo, 10 km de ida e mais 10 km na volta. Estudou só até a terceira série. Ensinavam só o ABC e não ensinavam a tabuada. Aprendeu só a ler e escrever.
Parou de estudar porque o pai dizia filha minha sabendo ler e escrever um bilhete está bom. Trabalhava na roça ,plantava, capinava, fazia doce para vender, ajudava nos trabalhos domésticos, carregava agua do arroio de uma distancia de 4 km. Conheceu seu futuro marido aos 17 anos, quando ele foi para a fazenda de seu pai, para por o carneiro de puxar água.
Comunicação: Era por rádio a bateria, a bateria era carregada por um cata-vento, que só funcionava quando tinha vento, se não, não podiam ouvir o rádio. Pelas comunicações do rádio ela ficava sabendo quando o futuro marido ia visita-lá.
E também usavam reflexo de espelho para se comunicar com os vizinhos das fazendas ao lado. Exemplo: Se havia cachorro atacando as ovelhas, botavam o espelho no sol, para dar o reflexo e o vizinho ir ver as ovelhas.
Aos 19 anos casou, e não estudou mais para cuidar da casa, marido e filhos.
Então pelo que deu para observar, passavam muito trabalho para chegar até as escolas, não havia muito conteúdo e para os pais sabendo ler e escrever estava muito bom.
As mulheres eram criadas para ser somente do lar. Cuidar da casa, marido e filhos. E os homens para trabalharem no pesado, para sustentarem suas famílias.
Os que tinham poder aquisitivo maior colocavam suas filhas nos colégios internos de freiras, na cidade. Em que as meninas iam com seis anos e lá ficavam a semana inteira longe de suas famílias. Estudavam e também trabalhavam, fazendo todos os tipos de serviços domésticos.
E existia o castigo, tipo quem não acordava na hora que a freira batia o sino, tomava um copo de agua gelada no rosto. Ficavam de castigo no escuro, de joelho no milho. Sofriam bastante, além de serem crianças e ficar longe de casa e das famílias, ainda eram humilhadas e castigadas pelas freiras.
Minha Mãe, minha tia e minha sogra, todas estudaram anos e anos nos colégios internos, elas me contam o quanto sofriam de saudades dos pais, com os castigos e com as humilhações.
A televisão já existia, mas no interior só havia o rádio a bateria, e assim mesmo para os que podiam comprar e ainda dependiam do vento para ter bateria,pois, não havia eletricidade.
No meu ponto de vista passavam muito trabalho para poder só aprender a ler e a escrever, tudo era difícil naquela época, a locomoção, o acesso ao colégio. Trabalhavam muito desde pequenos e estudavam muito pouco. Passavam muito trabalho, na verdade não tinha infância e nem direito a educação que vinha de geração em geração.
Hoje em dia temos acesso à educação e existe a obrigatoriedade da criança estar na escola.
Poderia melhorar em muitos aspectos a educação no Brasil, nossos governantes deveriam investir mais na educação do povo, assim teríamos menos criminosos e mais cultura.
Deveriam abrir mais escolas, principalmente aqui na zona rural, onde a maioria dos alunos não tem acesso a computadores e a internet. Um bom ensino médio. Muitos terminam o ensino fundamental e param de estudar, por não ter condições de irem para cidade; e os que conseguem ir, passam dificuldade por não saberem lidar com o computador e internet.
Rádio de 100 anos:



Leda Maria Silveira da Silva, 54 anos.
Fui levada para o internato aos seis anos, era muito pequena. Vinha em casa uma vez por mês. Aprendia a ler, escrever, a tabuada e a trabalhar nos afazeres domésticos.
Nós as internas que limpavam o internato. Não gosto de lembrar, da minha infância.
No segundo grau fui estudar no colégio Rio Branco, e parei em um pensionato ao lado do colégio, lá estudei por dois anos e depois parei de estudar para casar.
Fiz a melhor coisa da minha vida, pois assim tive minha casa, o amor de meu marido e de meus filhos.
Ele é uma pessoa muito especial, temos dois filhos e faz 37 anos que somos casados.
Vivemos sempre alegres e contentes junto a nossos filhos e família.


Maria Elizete
Noemi Silva Freitas.
Leda Maria da Silva
Minha Vida com Deus...
Eu sou a filha do meio de três filhos.
Minha família sempre nos criou para estudarmos e sermos bons profissionais.
Minha irmã seis anos mais velha é formada em pedagogia, e uma ótima administradora de empresa, pois do suor do seu trabalho conseguiu conquistar três empresas.
Meu irmão, cinco anos mais novo que eu, é fisioterapeuta, está muito bem profissionalmente tem três consultórios.
Minha família sempre foi bem financeiramente, mas nosso lar sempre foi totalmente sem paz, não tinha harmonia, na verdade não tinha Deus...
Eu fui a mais abalada com está falta de paz, e fui procurar me achar em coisas ruins, que só pioraram minha vida e muito. Passei bastante coisas bens difíceis no decorrer de minha vida, fiz muitas escolhas erradas, e me perdi bastante do tempo...
Procurei ajuda em todos os lugares e religiões que consegui ir, porque era muito infeliz.
Quando encontrei o amor de Deus, minha vida fez sentido e comecei a entender que nunca em nenhum momento de minha existência Ele havia me abandonado.
Passei tantas dificuldades e ainda estava viva, era porque, desde que estava na barriga de minha mãe, ele havia me escolhido e tinha um proposito para mim.
Comecei a entender todas as coisas e mudar as escolhas de minha vida.
Por passar tantas coisas, apreendi a ser uma pessoa que ama muito o próximo, a ser compreensiva, amorosa, a enxergar o mendigo, não como um mendigo, mas sim como um ser humano que Deus ama tanto quanto a mim e que todos somos irmãos em Cristo.
Que devemos amar e ajudar uns aos outros, que é o primeiro mandamento de Deus. Amar a próximo como a si mesmo.
Hoje eu tenho outra vida totalmente oposta da antiga, sou liberta de tudo o que me fazia mal, sou muito bem casada, tenho um marido maravilhoso, um filho lindo, que é meu maior tesouro , uma benção de Deus. Tenho muito amor e paz no meu lar.
Moro em uma simples casa no campo, onde o meu marido é administrador da fazenda, eu para ajudar nas despesas, faço viandas para os funcionários, e sou muito feliz!
Mas Deus não quer que nossos planos sejam esquecidos, comecei duas faculdades na ULBRA e não pode terminar nenhuma. Quando os meus pais se separaram, na separação eles entraram e acordo de meu pai me formar e minha mãe formar meu irmão.
Meu pai teve um problema financeiro e não pode terminar de pagar, o fim de minha faculdade.
Minha mãe apesar de meu irmão já estar formado e bem, não quis terminar de pagar o pouco que faltava para eu me formar.
E aqui estou, fazendo uma faculdade Federal, onde mais uma vez, Deus comprova que esta no controle de minha vida.
Também estou passando para o segundo semestre do técnico de agroindústria.
E com a Graça de Deus, todos nós colegas seres ótimos profissionais.
E que nada atrapalhe nossa trajetória!
Nada nem ninguém pode nos impedir...
De alcançarmos o que é nosso por direito!
Ainda que tudo se levante...
Ainda que pareça difícil...
Ainda que todos digam que você não vai conseguir.
Digam para eles:
Tudo posso naquele que me fortalece...
Que Deus abençoe a vida de todos...
Marilise Silva da Costa.








História do local onde vivo!

História do local onde eu moro.
Moro na Granja Fonte Natal, na localidade do Capané, na BR 290,Km 272, a 42Km de Cachoeira do Sul.
A Granja Fonte Natal, pertence a família Ebbesen, passando de geração a geração.
A Sra Julia Costa Ebbesen, 85 anos, contou-me a origem do nome da granja.
Na década de 40 teve uma grande seca, o casal Jovita e Cristiano Ebbesen, na véspera de natal, estavam caminhando pelo campo e acharam uma fonte de água, a qual até hoje abastece a granja.
O casal morava em Porto Alegre, vindo somente aos finais de semana para passear. O administrador era o Sr. Carlos Peixoto da Silveira, avô do meu esposo.
Havia naquela época plantação de trigo e criação de gado. Depois com o passar dos anos, ficou só a pecuária.
Com o falecimento do casal Jovita e Cristiano, o local ficou para os filhos João Mathias e Luiz Ebbesen. João Mathias Ebbesen comprou a parte do irmão. Como ele também trabalhava e morava em Porto Alegre, só podia vir aos finais de semana.
Com a aposentadoria do administrador Sr. Carlos Peixoto da Silveira, na década de 70, quem assumiu o cargo foi o Sr José Luiz Souza da Silva, meu sogro.
Exatamente no inicio de 1979, começaram a explorar a suinocultura, através de ciclo completo, fazendo parte da integração do Frigorífico Excelsior de Santa Cruz do Sul, até o ano de 1989. Neste ano de 1989 a Granja foi desativada permanecendo nesta situação até o ano de 1999 . A partir de 1999 até 2009 a Granja foi reativada no processo de terminação, fazendo parte da integração, Avipal, Elege e por fim Perdigão.
Em 2003 quem começou a investir e cuidar da Granja, foi o filho do Sr. João Mathias e Julia Ebbesen, Paulo Costa Ebbesen, que trabalha e reside em Porto Alegre.
Com a aposentadoria do Sr José Luiz Souza da Silva, meu esposo, Jeferson Silveira da Silva, passou a administrar a Granja.
No final de 2009 passaram a fazer a criação independente, comprando os leitões e os insumos, para a entrega a abatedouros e frigoríficos.
A história do Bovinocultura começa a mudar em 1999, pois até então o ciclo era completo.
No começo de 2010, com implantação do pivô de irrigação passaram a plantar milho, visando produzir grão para os suínos e silagem para os bovinos. Vários foram os investimentos feitos pelo Sr. Paulo Costa Ebbesen, para melhorar a produção da Granja Fonte Natal:
# Nova fabrica de ração - para atender o preparo do concentrado dos bovinos e a ração dos suínos;
# Construção de duas barragens para a irrigação do pivô, o qual molha a lavoura e faz crescer, muito mais rápido a plantação;
# Compra da máquina da silagem- que é uma misturadora de ração, tira do silo, pesa e mistura a ração de acordo com a fórmula pré-estabelecida, distribuindo a ração no cocho, sabendo quanto de peso cai no cocho para os bovinos.
# Investimento na plantação os Pés de nozes, que agora em maio tem a colheita, gerando mais empregos.
A granja possui três funcionários fixos, mais a assistência de um Agrônomo e um Veterinário. Quando necessário contrata empregados temporários, como na colheita de nozes.
Lema da Granja Fonte Natal:
“Aqui geramos empregos, impostos e alimentos, com respeito ao meio ambiente